quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Encontrei esse belíssimo poema no livro Evangelho maltrapilho de Brennan Manning, o qual estou lendo. O autor o usou para fazer uma referência a Jesus. 
O poema é de autoria de Tagore, poeta, romancista, músico e dramaturgo, destacado representante da cultura hindu, cuja influência e popularidade internacional talvez só poderia ser comparada com a de Gandhi.
Apreciemos. Meditemos.

Não, não cabe a você abrir os botões em flor.
Sacuda o botão, golpeie,
está além do seu alcance fazê-lo desabrochar.
Seu toque o estraga.
Você arranca as pétalas em pedaços
e asperge-as ao chão,
mas nenhuma cor surge e nenhum perfume.
Ah! não cabe a você abrir os botões em flor.
Ele que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente.
Ele apenas olha e a seiva da vida se movimenta nas suas veias.
Ao seu álito a flor estende suas asas
e tremula ao vento.
As cores lampejam como um anseio do coração
e o perfume delata um doce segredo.
Ele que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente.

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