Outro falso mito que “corre solto” é que os cientistas não acreditam em Deus. Em si, o fato não teria nada de mais, já que encontramos ateus de todas as profissões e de todas as categorias sociais. Este mito tem, na verdade, pretensões maiores do que parece à primeira vista: quer dar a entender que todas as pessoas verdadeiramente inteligentes e esclarecidas não aderem às “fábulas” ou aos “mitos” religiosos; e os cientistas, esses “homens geniais”, levados pelas demonstrações da sua ciência, chegaram à conclusão inevitável de que Deus simplesmente não existe.
Nada mais distante da verdade; um conhecimento superficial da vida de alguns cientistas poderia dar uma impressão desse tipo, mas um estudo mais profundo mostra sempre que os contados casos de ateísmo são muito mais uma conseqüência de circunstâncias ou de problemas pessoais do que uma atitude decorrente de conclusões científicas. De fato, até hoje ninguém apresentou nenhum argumento verdadeiramente sério sobre a inexistência de Deus, e muito menos baseado em conclusões científicas.
É um fato que houve cientistas que foram ateus ou que abandonaram a prática da religião, como por exemplo Madame Curie, polonesa de origem, nascida e educada na religião católica, que se desinteressou da religião ao ficar abalada pela morte da mãe. Só temos a dizer que é uma pena. Por outro lado, ao longo de toda a história, poderíamos citar uma quantidade enorme de cientistas e de filósofos que acreditavam em Deus, que viveram a sua religião ou até mesmo eram pessoas de comunhão diária, como Pasteur. Muitos deles, além disso, manifestaram as suas convicções publicamente, em mais de uma oportunidade. Descartes e Galileu morreram como bons cristãos, com todos os sacramentos; Leibniz escreveu uma obra denominada Teodicéia (“Justificação de Deus”) contra o ateísmo. Platão e Aristóteles, sobre os quais não pesa a “suspeita” de serem considerados cristãos ou católicos, já que viveram antes de Cristo, apresentaram inúmeras provas da existência de Deus, com argumentos puramente racionais. Em Newton e Kepler encontramos almas profundamente cristãs, que não tiveram o menor receio de falar de Deus nos seus escritos. Mendel, o iniciador da genética, fez as suas experiências com ervilhas nos terrenos do mosteiro de que era abade. Copérnico, reintrodutor moderno do sistema heliocêntrico, era clérigo. Para não alongarmos demasiado o texto com explicações, apresentamos a seguir depoimentos de alguns cientistas sem acrescentar-lhes maiores comentários e restringindo-nos somente a alguns que já fazem parte da história.
1. Isaac Newton (1642-1727), fundador da física clássica e descobridor da lei da gravidade: “A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta”.
2. William Herschel (1738-1822), astrônomo alemão, descobridor do planeta Urano: “Quanto mais o campo das ciências naturais se dilata, tanto mais numerosas e irrefutáveis se tornam as provas da eterna existência de uma Sabedoria criadora e todo-poderosa”.
3. Alessandro Volta (1745-1827), físico italiano, descobridor da pilha elétrica e inventor, cujo nome deu origem ao termo voltagem: “Submeti a um estudo profundo as verdades fundamentais da fé, e [...] deste modo encontrei eloqüentes testemunhos que tornam a religião acreditável a quem use apenas a sua razão”.
4. André Marie Ampère (1775-1836), físico e matemático francês, descobridor da lei fundamental da eletrodinâmica, cujo nome deu origem ao termo amperagem: “A mais persuasiva demonstração da existência de Deus depreende-se da evidente harmonia daqueles meios que asseguram a ordem do universo e pelos quais os seres vivos encontram no seu organismo tudo aquilo de que precisam para a sua subsistência, a sua reprodução e o desenvolvimento das suas virtualidades físicas e espirituais”.
5. Jons Jacob Berzelius (1779-1848), químico sueco, descobridor de inúmeros elementos químicos: “Tudo o que se relaciona com a natureza orgânica revela uma sábia finalidade e apresenta-se como produto de uma Inteligência Superior [...]. O homem [...] é levado a considerar as suas capacidades de pensar e calcular como imagem daquele Ser a quem ele deve sua existência”.
6. Karl Friedrich Gauss (1777-1855), alemão, considerado por muitos como o maior matemático de todos os tempos, também astrônomo e físico: “Quando tocar a nossa última hora, teremos a indizível alegria de ver Aquele que em nosso trabalho apenas pudemos pressentir”.
7. Agustin-Louis Cauchy (1789-1857), matemático francês, que desenvolveu o cálculo infinitesimal: “Sou um cristão, isto é, creio na divindade de Cristo como Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton, Leibniz, Pascal [...], como todos os grandes astrônomos e matemáticos da antigüidade”.
8. James Prescott Joule (1818-1889), físico britânico, estudioso do calor, do eletromagnetismo e descobridor da lei que leva o seu nome: “Nós topamos com uma grande variedade de fenômenos que [...] em linguagem inequívoca falam da sabedoria e da bendita mão dO Grande Mestre das obras”.
9. Ernest Werner von Siemens (1816-1892), engenheiro alemão, inventor da eletrotécnica e que trabalhou muito no ramo das telecomunicações: “Quanto mais fundo penetramos na harmoniosa dinâmica da natureza, tanto mais nos sentimos inspirados a uma atitude de modéstia e humildade; [...] e tanto mais se eleva a nossa admiração pela infinita Sabedoria, que penetra todas as criaturas”.
10. William Thompson Kelvin (1824-1907), físico britânico, pai da termodinâmica e descobridor de muitas outras leis da natureza: “Estamos cercados de assombrosos testemunhos de inteligência e benévolo planejamento; eles nos mostram através de toda a natureza a obra de uma vontade livre e ensinam-nos que todos os seres vivos são dependentes de um eterno Criador e Senhor”.
11. Thomas Alva Edison (1847-1931), inventor, com mais de 2.000 patentes, entre elas a da lâmpada elétrica: “Tenho [...] enorme respeito e a mais elevada admiração por todos os engenheiros, especialmente pelo maior deles: Deus!”.
12. Guglielmo Marconi (1874-1937), físico italiano, inventor do telégrafo sem fio, prêmio Nobel em 1909: “Declaro com ufania que sou homem de fé. Creio no poder da oração. Creio nisto não só como fiel cristão, mas também como cientista”.
13. John Ambrose Fleming (1849-1945), físico britânico, descobridor da válvula e do diodo: “A grande quantidade de descobertas modernas destruiu por completo o antigo materialismo. O universo apresenta-se hoje ao nosso olhar como um pensamento. Ora, o pensamento supõe a existência de um pensador”.
14. Arthur Eddington (1882-1946), físico e astrônomo britânico: “A física moderna leva-nos necessariamente a Deus”.
15. Max Plank (1858-1947), físico alemão, criador da teoria dos quanta, prêmio Nobel em 1928: “Para onde quer que se estenda o nosso olhar, em parte alguma vemos contradição entre ciências naturais e religião, antes encontramos plena convergência nos pontos decisivos. Ciências naturais e religião não se excluem mutuamente, como hoje em dia muitos pensam e receiam, mas completam-se e apelam uma para a outra. Para o crente, Deus está no começo; para o físico, Deus está no ponto de chegada de toda a sua reflexão”.
16. Albert Einstein (1879-1955), físico judeu alemão, criador da teoria da relatividade, prêmio Nobel em 1921: “Todo o profundo pesquisador da natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois não pode admitir que seja ele o primeiro a perceber os extraordinariamente belos conjuntos de seres que contempla. No universo, incompreensível como é, manifesta-se uma inteligência superior e ilimitada. A opinião corrente de que sou ateu baseia-se num grande equívoco. Quem a quisesse depreender das minhas teorias científicas, não teria compreendido o meu pensamento”.
17. Carl Gustav Jung (1875-1961), suíço, um dos fundadores da psicanálise: “Entre todos os meus pacientes na segunda metade da vida, isto é, tendo mais de 35 anos, não houve um só cujo problema mais profundo não fosse constituído pela questão da sua atitude religiosa. Todos, em última instância, estavam doentes por terem perdido aquilo que uma religião viva sempre deu aos seus adeptos, e nenhum se curou realmente sem recobrar a atitude religiosa que lhe fosse própria”.
18. Werner von Braun (1912-1977), físico alemão radicado nos Estados Unidos e naturalizado norte-americano, especialista em foguetes e principal diretor técnico dos programas da NASA (Explorer, Saturno e Apolo), que culminaram com a chegada do homem à lua: “Não se pode de maneira nenhuma justificar a opinião, de vez em quando formulada, de que na época das viagens espaciais temos conhecimentos da natureza tais que já não precisamos de crer em Deus. Somente uma renovada fé em Deus pode provocar a mudança que salve da catástrofe o nosso mundo. Ciência e religião são, pois, irmãs, e não pólos antitéticos”. E: “Quanto mais compreendemos a complexidade da estrutura atômica, a natureza da vida ou o caminho das galáxias, tanto mais encontramos razões novas para nos assombrarmos diante dos esplendores da criação divina”.